segunda-feira, 28 de novembro de 2011

COLUNA DO ARTUR NETO - TRISTE HERANÇA


TRISTE HERANÇA


Lisboa – Também sob o ponto de vista ambiental as experiências comunistas (ou socialismo real) foram funestas na Rússia, na Europa do Leste e por onde mais tenham passado ditaduras comandadas por burocratas da máquina partidária, impiedosos com as populações transformadas em súditos e incompetentes para obterem equilibrado avanço socioeconômico e tecnológico.

Com a queda do Muro de Berlim, por exemplo, a unificação das duas Alemanhas numa só, a longo prazo, se revelou acertada e a prova disso está na pujante economia dirigida pela Primeira Ministra Ângela Dorothea Merkell. Mas quando o comunismo ruiu e a banda Ocidental assumiu a responsabilidade de praticamente reconstruir o lado Oriental, o inventário só apontava pessoas traumatizadas pela crueldade do velho regime, muito atraso tecnológico, muita pobreza e terrível herança de destruição ambiental.

Foi assim nos países que a Rússia transformou em satélites, reunindo a si mesma e a eles na extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Certamente que não haverá de ser bom o quadro na Coréia do Norte e em Cuba.

A formidável China, que de comunista não tem mais nada, também tem sustentado seu forte crescimento a partir de ângulos positivos e negativos. Positivos: investe para valer em Educação, em inovação, em tecnologia; ao contrário do Brasil, monta sua pauta de exportações, cada vez mais, em cima de produtos de expressiva agregação de valor industrial e tecnológico; é pragmática em matéria de política externa e deixa os ideologismos de lado em função de sua própria saúde econômica. Negativos: trata-se de uma ditadura; a maior parte da população ainda está excluída dos progressos obtidos; pratica, nos seus territórios que geram produtos de baixo valor tecnológico, duro dumping social (pagam salário miserável aos trabalhadores para oferecer artigos a baixo preço no mercado internacional) e nunca se preocuparam com não poluir a atmosfera. A China emite mais CO² que todos os países do mundo. Quando se fala em emissão per capita, Os EUA a superam largamente.

Moral da História: o único desenvolvimento econômico que realmente interessa aos seres humanos e ao futuro é o que se preocupa com a sustentabilidade, com o meio ambiente, com um planeta saudável a ser transmitido aos nossos filhos e netos.

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FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL

Lisboa – Fiquei muito feliz com a notícia de que a Fundação Bill Gates colaborará com um milhão de dólares para a Fundação de Medicina Tropical do Estado do Amazonas intensificar pesquisas sobre o DNA do parasita causador da malária Vivax. Isso se deve à ação competente da presidente Graça Alecrim que, junto com o diretor de Pesquisa da FMT, Marcos Lacerda e toda a equipe do órgão, tem muito que comemorar. Afinal, pode ter sido a abertura para mais contatos internacionais de enorme significação. Sou admirador do trabalho da FMT-AM. Por mil razões. Uma delas me é muito cara. Minha neta Julinha, filha do deputado Arthur Bisneto, foi recentemente atendida lá. Tratamento correto, que a preparou para a fase subsequente e, portanto, para a vitória final. Quanto mais apoio para essa instituição de excelência, melhor! O retorno para o povo amazonense será sempre o melhor possível.

CIGARRAS X FORMIGAS

Lisboa – Tal como em Portugal, onde o Partido Socialista, em oito anos de consulado, agravou brutalmente as dificuldades da economia, também na Espanha a constatação é que a centro-esquerda do Partido Socialista e Operário Espanhol (PSOE) também fez papel de cigarra nos recentes tempos das vacas gordas. E, assim como em Portugal cabe à centro-direita de Pedro Passos Coelho enfrentar uma crise cheia de incertezas, igualmente na Espanha será dessa mesma tendência política, sob a liderança de Mariano Rajoy, buscar, em condições adversas, reparar o estrago que encontrou. Na Espanha, um terço da população está no desemprego. A economia está desajustada fiscalmente. A gestão pública do PSOE foi desastrosa. A dívida está quase inadministrável. Vejo um quadro cinzento. A zona do euro está em meio a dilemas atrozes. O radicalismo republicano nos Estados Unidos tem impedido que o presidente Barack Obama leve a cabo propostas de efetiva austeridade. O Brasil já começa a sentir os efeitos da crise. E depende de que a China não dê um espirro econômico, que poderia virar pneumonia entre nós. A dívida das famílias cresce, a inadimplência também. O investimento é perigosamente baixo. Nunca soube de país que tivesse sustentado o crescimento econômico à base de crédito. O investimento sim é que puxa o carro. Não é hora de triunfalismo, mas de muita atenção à cena internacional.

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