sábado, 30 de novembro de 2013

DESMONTANDO A GERINGONÇA

Nada como o afastamento no tempo dos fatos históricos para que o fenômeno do desenvolvimento seja analisado sem as paixões momentâneas.

A respeito do IDH do Brasil, o governo FHC o deixou alavancado tanto pelas políticas sociais iniciadas em seu governo, quanto pela política de responsabilidade fiscal que concedeu sustentabilidade ao processo do crescimento econômico que se daria nos períodos subsequentes.

O IDH de 2002, último ano de FHC foi de 0,775. Inegavelmente o governo Lula, nos seus primeiros três (03) anos de governo, avançando com as políticas sociais e mantendo a política econômica bem sucedida do governo anterior, elevou o nosso IDH para 0,800. Ou seja, um crescimento substantivo de 25 milésimos que correspondem a um incremento de 3,23% sobre o patamar já alcançado.

A Renda Per Capita que era de 7.770 dólares em 2002, em três anos cresceu 8,13%, passando em 2005 para 8.402 dólares.




Entretanto, será que se o mundo não tivesse iniciado um círculo virtuoso de crescimento em todas as áreas sociais e econômicas, o Brasil teria alcançado esses aparentes resultados positivos, apenas em função da gestão petista?

Analisando apenas os BRICS, do qual o Brasil faz parte, todos os seus membros, nos três anos seguintes a 2002, tiveram desempenhos na mesma direção, tanto qualitativamente, representado pelos crescimentos do IDHs, quanto quantitativamente com a evolução da Renda per capita.

Diga-se de passagem, que na evolução do IDH o Brasil só se desempenhou melhor que a Rússia e a África do Sul que avançaram 0,007 e 0,008, respectivamente e ainda assim ficando com um IDH menor que a Rússia. Os melhores desempenhos dos BRICS foram da China e da Índia que conseguiram melhor o seu índice em 0,032 e 0,024 milésimos, que redundaram numa evolução de 4,3% e 4,03%, respectivamente, sobre os seus patamares anteriores.

Já no crescimento da Renda dos BRICS, o Brasil obteve o pior desempenho, com crescimento medíocre, diante do quadro virtuoso que se apresentava, conseguindo incrementar a renda em, apenas, 8,13% no período de três anos, contra a evolução de 47,5%, 31,8%, 29,3% e 10,3%, respectivamente, da China, da Rússia, da Índia e da África do Sul.

Não obstante, considerando esse curto período, nada de ruim, ao contrário, até de bom, aconteceu em nossa caminhada para a construção de um país candidato a entrar no grupo de países desenvolvidos.

O que se observa sete (07) anos mais tarde, ou seja, em 2012, é de se lamentar e de causar preocupações com os próximos passos da gestão petista.

Em primeiro lugar, o Brasil retroage entre 2012 e 2005, tanto em qualidade de vida quanto na evolução material da renda. Ou seja, ocorre um retorno abaixo do ponto de partida, dentro do próprio período petista, intra-gestão petista, caracterizado pela perda de 0,070 no IDH em relação ao patamar de 0,800 alcançado em 2005, ficando em 2012 com um IDH de 0,730.

Esse fato fica ainda mais grave quando comparado com o que tínhamos em 2002, último ano de governo do PSDB, um IDH de 0,775, reduzido agora para 0,730, significando uma perda de 0,045, que equivale a uma perda de 5,8% dos recursos investidos nos avanços socioeconômicos do povo brasileiro. 

Entretanto, o governo se consola com os resultados alcançados pelos BRICS, que também não foram nada exitosos. No período de 10 anos, a China perde 0,078 do seu IDH, ou uma retração de 6,2%, e a Índia, 0,041, retrocedendo 6,9% em relação aos seus índices de 2002. Fomos melhores que os Russos e os Sul-africanos que perdem 1% e 5,6% dos seus patamares anteriores. Ainda assim, a Rússia mantém um IDH superior ao do Brasil (0,788 x 0,730). 

Em termos der Renda, no período de 10 anos, os BRICS se dividem em três grupos:
·      Alto Desempenho - com crescimento da renda per capita na faixa de 50-80%, e aí se colocam a Rússia e a China, com 75,7% e 73,5%, respectivamente;
·      Médio Desempenho – 20-50%, onde se inserem o Brasil e a Índia, com 30,6% e  -4,7%, respectivamente.
·      Baixo Desempenho – até 20%, em que se enquadra a África do Sul, cujo incremento da Renda per capita foi de – 4,73%.

Como se vê, o “nunca antes neste país” não passou de pura “gabolice” de aloprados ou de espertos querendo a perpetuação no poder na base do engodo.

A onda de melhorias sociais que ocorreram no Brasil no período Lula, nada mais foi do que um fenômeno que alastrou o mundo como decorrência do período de “fartura e bonança” e das políticas mundiais de longa data colocada em marcha, como bem servem de exemplo as METAS DO MILÊNIO.