sábado, 22 de outubro de 2011

O ECONOMICISMO COMO CULTURA DA ÉPOCA

MARCO AURÉLIO NOGUEIRA (1)


Muito do sucesso teórico do marxismo se deve à tese de que o modo de produção, a economia, determina o modo como se vive e se organiza a vida social. Boa parte da hostilidade contra ele, também.
Seus adversários sempre usaram essa tese para condenar as ideias de Marx, atribuindo a elas, entre outras coisas, uma crônica incapacidade de compreender diversas questões tidas como mais relevantes: a liberdade, a autonomia da política e da cultura, o valor da democracia. Condena-se Marx, também, por seu amor pela revolução e por seu radicalismo, mas a principal frente de combate a ele sempre foi a da denúncia de seu determinismo.
Uma rápida passagem pelo noticiário cotidiano, porém, revela o quanto há de falsidade e hipocrisia nessa denúncia. Tudo passou a ser economia e a ser lido como expressão da economia. As diferentes nuanças da vida social, as aspirações populares, as disputas entre os partidos políticos, o desempenho governamental, tudo se converteu em derivação do econômico. Os mercados tornaram-se donos de nosso destino e modelam nossas instituições, condutas e expectativas existenciais.
Lutas e movimentos da sociedade civil são modulados pela dinâmica, pelas falhas gritantes e pelos malefícios da economia. Greves continuam a ser feitas sem a consideração dos prejuízos que causam aos que dependem dos serviços paralisados. Wall Street é "ocupada" para forçar instituições financeiras a reduzir seus excessos e a assumir a responsabilidade pela crise. Todos nos indignamos diante da voracidade com que o dinheiro invade a política, desvirtua os partidos e corrompe políticos e servidores públicos. Queremos reduzir o "custo Brasil" para aumentar a produtividade e pagar menos impostos. Imploramos por mais desenvolvimento e produção. Olhamos para 2014 e vemos a Copa estritamente pelos cifrões que serão gastos ou arrecadados com ela.
Estamos enredados nas malhas do mercado.
Aliviado de suas generosas dimensões humanistas, separado da dialética que o faz conceber a vida como uma totalidade histórica articulada, dinâmica e contraditória, esvaziado da ênfase no valor do trabalho e na capacidade de autodeterminação dos sujeitos, o marxismo foi assimilado como caricatura. Travestido em seu contrário, vaga pelo mundo capitalista atual. Todos se tornaram inconscientemente "marxistas": passaram a achar que nada mais importa a não ser a voz dos mercados e que tudo o que respira deve ser modelado pelo ritmo da economia. O economicismo tornou-se cultura da época. Temos à disposição teorias econômicas da democracia, do comportamento político, da religiosidade, da cultura e da personalidade. E os Estados parecem não ter outra meta a não ser a conquista do mercado mundial.
Há uma incomensurável distância entre o marxismo de Marx e esse marxismo caricato e inconsciente que trafega por aí, quase como senso comum. A começar da ideia mesma de economia. Marx jamais a reduziu aos mercados ou à produção em sentido estrito. Sua teoria fala em economia política, em relações sociais de produção, e sempre afirma que é preciso ligar e articular a economia com capacidades sociais, instituições políticas, ideias e ideais. Não pensava que tudo derivava da economia, mas sim que a economia determinava em última instância o modo de vida, ou seja, admitia sem dificuldades que o modo de vida também reagia sobre a economia e a determinava. Não imaginava haver uma via de mão única ligando a economia ao resto da vida, mas sim, precisamente, uma interação dialética, em nome da qual seria possível conceber a liberdade e a autonomia dos sujeitos e, assim, pensar em maneiras de fazer a vida ficar melhor e mais humana. Era essa a revolução radical com que ele sonhava, algo bem diferente da irrupção violenta e sanguinária dos trabalhadores contra o capital, que muitos a ele atribuem.
Olhando a realidade atual, nenhuma pessoa sensata pode dizer que Marx não estava certo. Ninguém pode negar que o mundo está torto e fora de controle por excesso de mercados e de economia.
Devidamente expurgado dos fanatismos fundamentalistas e dos excessos doutrinários que o contaminaram, o grandioso legado teórico e político do marxismo ainda é o melhor antídoto contra este rebaixamento geral da vida, contra esta maldição que ameaça até mesmo a busca da felicidade, ao convertê-la no prazer de consumir e de ganhar mais e melhores salários.
Claro, sempre será preciso dar a Marx o que é de Marx, ou seja, reconhecer seus limites e suas falhas, perceber a deformação que sofreram algumas de suas ideias, o mau serviço que prestaram quando foram convertidas em ideologia de Estado ou verdade política. Além disso, o marxismo é mais do que Marx, completou-se, deformou-se e se corrigiu ao longo do tempo, incorporando novas dimensões e novos conceitos. Foi assim que chegou ao século 21.
A crise do marxismo está em boa parte determinada pelo economicismo extremado de várias das suas vertentes, que, paradoxalmente, transbordou no economicismo generalizado de seus adversários e que hoje comanda a vida. Nada indica que seja uma crise terminal. Passa-se o mesmo com o capitalismo, aliás. Sua crise atual tem componentes que a aproximam de uma crise sistêmica, da qual, precisamente por sua abrangência, podem emergir sociedades menos desiguais, menos produtivistas, mais humanas e generosas.
É sinal de bom senso e honestidade reconhecer os méritos e a vitalidade do marxismo. Na presente fase histórica, ele pode ser decisivo para que encontremos uma maneira de nos libertarmos da tirania dos mercados e do econômico. Como Marx diria se estivesse a ver o nosso mundo, é nos momentos mais difíceis que as grandes teorias mostram seu valor e sua utilidade.
( 1 )Professor titular de Teoria Política e diretor do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da Unesp
O Estado de São Paulo /22 de outubro de 2011 | 3h 05


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

VAI ACONTECER DE NOVO

Arthur Virgílio
dIPLOMATA, FOI LÍDER DO psdb NO sENADO
13 de Outubro de 2011 às 07:58


Se Dilma enveredar por esse caminho tortuoso, opaco, seu governo se esvairá na covardia e na mediocridade. 


Quem não se lembra dos “anões do Orçamento”, quadrilha de parlamentares que se organizou para manipular e assaltar a peça orçamentária nacional? Alguns foram cassados, outros renunciaram para evitar a punição, certos deles enfrentaram a CPI e dela saíram ilesos, seja porque provaram suas inocências, às vezes até coagindo colegas investigadores de “rabo preso”.
De lá para cá, pouco se fez para impedir novos delitos. A Comissão Mista de Orçamento permanece uma balbúrdia, os interesses menores prevalecem sobre as necessidades estratégicas da Nação, lobistas de empreiteiras agem à solta, apoiados em parceiros com assento no Congresso.
Após o episódio dos “anões”, diversos outros problemas surgiram, sem alcançar a mesma repercussão. É corriqueiro, no dia marcado para se votar a Lei do Orçamento, certas figuras aparecerem na usualmente esvaziada sessão bicameral ameaçando o governo: “ou nos concedem isso e aquilo ou pediremos verificação de quórum e vocês verão que não se votará nada no dia de hoje”.
As exigências são sempre de cunho clientelista ou de ética duvidosa. Jamais a defesa dos interesses dos estados que representam. Nunca o perfilamento a um ponto de vista elogiável.
Leio agora que a “base” de apoio a Dilma Rousseff ameaça não aprovar a necessária Desvinculação de Receitas da União (DRU), a menos que ela se renda à pressão fisiológica, à fome por cargos de segundo e terceiro escalões e ao pagamento de “x” milhões de reais de emendas parlamentares a cada “patriota” “revoltado” e ansioso por mais “carinho” oficial.
Se Dilma enveredar por esse caminho tortuoso, opaco, seu governo se esvairá na covardia e na mediocridade. Se se decidir a enfrentar a chantagem, merecerá contar com apoio episódico das oposições, se estas estiverem falando a sério para o País.
Quanto ao Orçamento, digo sem medo de errar: está para acontecer outro escândalo ao estilo dos “anões”. É só prestar atenção na sua confecção anual para concluir que as coisas vão de mal a pior. Essa lei, que deveria ser o momento mais nobre da atividade congressual, vem sendo tratada como instrumento de barganha, a peso de interesses inconfessáveis.
Acordemos, antes que o Brasil apodreça de vez.

OTARIOCRACIA!

Sabemos todos que é muita roubalheira, que tem muito político ladrão no país, mas, o Amapá, em termos proporcionais, realmente, está batendo recorde.

O Tribunal de Contas do Estado nem pode agir porque é subordinado ao Poder Legislativo.

Penso que só uma ação conjunta de MPF, POLÍCIA FEDERAL, CNJ, STF e outros mais fortes institucionalmente podem retirar tamanha afronta da cara do povo brasileiro.

Queremos dar uma de país civilizado e findamos passando por lesos. Isso não é mais democracia. Chama-se OTARIOCRACIA! Vôte!

ROUBALHEIRA RECORDE


Os deputados estaduais do Amapá estão recebendo uma verba indenizatória, paga além do salário, de R$ 100 mil por mês. Mas quem se impressiona com mais esse absurdo? Para qualquer lado que se olhe neste país, em qualquer direção que se procure, lá se encontram marginais travestidos de homens públicos que não hesitam em meter a mão no dinheiro que é de todos, locupletando-se à custa dos brasileiros que, vergados sob o peso de uma das mais onerosas cargas tributárias do mundo, assistem impotentes ao espetáculo da corrupção e da ineficiência no trato da coisa pública. Não há faxina que possa dar conta deles. As evidências que diariamente vêm à tona demonstram que em todos os níveis, em todos os poderes, em todos os partidos, em todos os Estados e municípios, a corrupção se alastra. Basta procurar, que se encontra.
O escândalo da vez vem do Estado amazônico que José Sarney escolheu para representar no Senado. Lá, a Polícia Federal levou a cabo a Operação Mãos Limpas, cujo relatório final o Estado divulgou no domingo passado. O inquérito foi feito com a colaboração de técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU) e revela o envolvimento de membros dos Três Poderes estaduais, do Tribunal de Contas e da prefeitura da capital, Macapá, em desvios de recursos públicos que somaram, ao longo de dez anos, cerca de R$ 1 bilhão.
Mesmo diante dessa enormidade a trampolinagem praticada pela Mesa Diretora da Assembleia Legislativa amapaense pode ser considerada de primeira grandeza. Em junho, na maior moita, a verba indenizatória dos 24 deputados estaduais foi elevada para inacreditáveis R$ 100 mil por mês. Essa verba indenizatória é quase três vezes maior do que a paga pela Assembleia de Alagoas - de R$ 39 mil -, considerada recordista em generosidades no trato de seus deputados, até que se conheceram os hábitos amapaenses. E corresponde a sete vezes o que os deputados federais recebem para cobrir as mesmas despesas gerais de aluguel, transporte e consultoria. Os responsáveis pela decisão são o presidente da Assembleia, Moisés Souza (PSC), e o primeiro-secretário da Mesa, Edinho Duarte (PP). Ambos integram com destaque a lista dos indiciados pela Operação Mãos Limpas, acusados de participar de um esquema de emissão de notas frias destinadas a mascarar o desvio de verbas públicas.
Mas o que dá a exata medida da podridão que infesta a vida pública do Estado é a história de um personagem que, se fosse de ficção, seria simplesmente inacreditável. Mas é de carne e osso. José Julio de Miranda Coelho comandou a Polícia Militar, presidiu a Assembleia Legislativa por dois mandatos consecutivos e era presidente do Tribunal de Contas quando foi preso no ano passado pela Operação Mãos Limpas, sob a acusação de desvios num montante de R$ 190 milhões, e solto em março último. É suspeito do assassínio de um policial federal, cuja arma foi encontrada na sua casa, além de responder à acusação de pedofilia. Possui cerca de 100 imóveis, alguns deles em São Paulo, tudo em nome de laranjas. Pois é esse o homem que manda no dia a dia da política amapaense. Lá, tudo é feito à sua imagem e semelhança.
A Assembleia Legislativa, que ele presidiu por duas vezes, por exemplo, está caindo aos pedaços. A verba que sobra para a farra dos deputados falta para manter o prédio em condições minimamente dignas. A Casa tem 3.121 funcionários, apenas 134 efetivos. Os demais são nomeados pelos deputados. Mas não são encontrados no prédio, até porque a maior parte é constituída de fantasmas. Entre os quase 3 mil comissionados, outra revelação inacreditável: 626 ocupam o cargo de agentes parlamentares da presidência; 272 atuam como agentes especiais da presidência e 89 são assessores especiais da presidência. Ao todo, 987 para servir ao chefe do Legislativo.
E este, o deputado Moisés Souza, tem para o fato uma explicação absolutamente cínica: "Seria uma hipocrisia se tivéssemos tantos funcionários que não pudessem percorrer o Estado e manter contato com nossas bases eleitorais. São esses gastos (a verba de R$ 100 mil) que aumentam a qualidade dos trabalhos dos deputados do Amapá". Haja desfaçatez!
O ESTADO DE S.PAULO/OPINIÃO/16.10.2011 - 3H08M.

FRANQUIA GREGA TEM PEIXES QUE COMEM CUTÍCULA


PEDICURE NO FISH ME

Em vez de encarar a manicure, que tal colocar seus pés ou suas mãos em um aquário cheio de peixinhos que literalmente comem a sua cutícula e ainda ajudam a melhorar a circulação? Na Grécia, milhares de turistas lotam os foot spas do gênero para experimentar o método. Eu confesso que não tive coragem. Mas a julgar pelas filas nas portas das unidades das franquias Doctor Fish e Fish me, o negócio realmente funciona.


Os gregos, na verdade, copiaram seus vizinhos turcos – os verdadeiros inventores desse método. O tratamento depende 100% da ajuda de um tipo específico de peixe: o Garra Rufa. Os turcos descobriram que esse peixinho, comum na região, adora se alimentar de células mortas da nossa pele. Dizem também que os bichinhos conseguem estimular pontos estratégicos dos nossos pés e mãos, regulando o sistema nervoso e provocando a sensação de relaxamento.


Para passar 15 minutos com os Garra Rufa mordendo seus pés, os turistas gastavam 15 euros. Para 30 minutos, 20 euros. Não faltou quem pagasse. Os peixinhos trabalham o dia todo para dar lucro aos franqueados, mas vão dormir de barriga cheia. Sem dúvida, foi o modelo de franquia mais inusitado que eu já vi na vida. E você, conhece algum negócio do gênero no Brasil? Ou outro exemplo curioso de franquia? Conte para nós.



ESTADÃO/PME/BLOG MUNDO DAS FRANQUIAS/23.09.2011.


domingo, 16 de outubro de 2011

JOSÉ PAULO KUPFER

PENDENGAS DO AVISO PRÉVIO
A regulamentação do aviso prévio proporcional, previsto na Constituição Federal de 1988, só agora foi aprovada no Congresso Nacional e sancionada pela presidente Dilma Rousseff, ainda vai dar muita discussão e confusão. Tanto do ponto de vista da economia quanto no das relações trabalhistas.
Federações e sindicatos de trabalhadores já se movimentam para dar ingressar com Justiça com pedidos de pagamento retroativo. As interpretações possíveis são tantas que os tribunais superiores certamente serão chamados a decidir vários aspectos da questão.
A Justiça terá de decidir se é de fato o caso de indenizar trabalhadores demitidos sem justa causa até dois anos antes da regulamentação da regra constitucional, como prevê a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para a validade de ações trabalhistas. Ou até mesmo se a potencial indenização deve retroagir por 23 anos, até outubro de 1988, quando foi promulgada a Constituição que prevê o dispositivo indenizatório.
Já apareceram também interpretações a respeito da responsabilidade recíproca de trabalhadores que pediram demissão, aos quais também caberia o ônus de indenizar, retroativamente, seus empregadores, caso deles tenha partido a iniciativa do desligamento. Esta reciprocidade é prevista na CLT, mas não fica tão clara no texto constitucional. Caldo grosso para interpretações divergentes e recursos à Justiça.
Não bastassem essas pendengas, o aviso prévio proporcional, é claro, vai suscitar novas discussões sobre o custo do emprego no Brasil e peso da legislação trabalhista. Se, para alguns, já eram excessivos os mecanismos legais de proteção do trabalhador, a nova regulamentação só vem reforçar a tendência perniciosa. Com o aviso prévio proporcional, de acordo com essa visão, ficará ainda mais difícil contratar trabalhadores do que já é.
A teoria que vincula o excessivo engessamento da legislação trabalhista a restrições nas contratações formais de trabalhadores, relativamente disseminada, não pode ser desprezada, mas não parece suficiente para explicar a trajetória do emprego. É claro que legislações flexíveis e folhas de remuneração desoneradas colaboram para incentivar a contratação formal. Mas nem a legislação mais flexível garante o emprego quando a economia não emite sinais positivos de crescimento.
Basta observar o que ocorre, no momento, no mercado americano e cotejá-lo com o brasileiro. Nos Estados Unidos, onde a legislação trabalhista é sabidamente light, o desemprego, em meio a uma crise de grandes proporções beira a casa incomum dos 10%. No Brasil, com sua legislação excessiva e amarrada, com a puxada da economia dos últimos dois anos, a taxa de desemprego desceu a 6%, nível historicamente baixo e que, para alguns, configura situação de pleno emprego.
Agora, com a freada já visível no ritmo de atividade, é provável que o desemprego aumente, apontando para os 7% que, nas estimativas imprecisas de economistas, espelha a taxa natural de desemprego da economia brasileira. Isso sem mudanças expressivas na legislação e com sinais do governo, no sentido da desoneração das folhas de salários.
A moral dessa história não nos deixa esquecer que o emprego é função direta do desempenho da economia e da ampliação dos investimentos produtivos puxados, positivamente, pelo crescimento. O resto certamente colabora para reforçar as tendências – positivas, com mais flexibilidade, negativas, com mais rigidez -, mas não muda a direção da curva.
ESTADÃO/ECONOMIA & NEGÓCIO/BLOG DO JOSÉ PAULO KUPFER – 14.10.2011- 16J13M

PAUL KRUGMAN

VARIEDADES DE INCERTEZA

 Alguns dos suspeitos de sempre têm apontado recentemente para uma pesquisa elaborada por Baker e seus colegas supostamente mostrando que a incerteza nas políticas administrativas é um fator importante na limitação da economia, e afirmando que isto justifica a posição dos republicanos. Larry Mishel esclarece a questão.

Como destaca Mishel, a primeira coisa que precisamos saber é que o índice de incerteza tem como base um levantamento das matérias publicadas na mídia. Isto significa que se o império Murdoch decidir vender a ideia de que há muita incerteza nas políticas administrativas, o índice dos autores identifica isto como um aumento real na incerteza, e não como a campanha de propaganda que de fato é.

Mesmo deixando isto de lado, aquilo que o jornal identifica como “incerteza” não tem nada a ver com aquilo que a direita quer que pensemos ser o fator que impulsiona os fatos. A reforma do sistema de saúde não produz alterações visíveis neste índice; o que realmente o levou a patamares astronômicos foi a disputa em relação ao teto da dívida. Assim, poderíamos argumentar que a verdadeira incerteza nas políticas públicas não é o medo daquele radical islâmico ateu e socialista na Casa Branca, e sim o medo de os republicanos fazerem novos reféns. Seja como for, isto parece mais próximo daquilo que a análise sugere.

Mais uma defesa falsa de provas empíricas dos dogmas da direita bate as botas.

ESTADÃO/ECONOMIA & NEGÓCIOS/BLOG DO PAUL KRUGMAN/13 de outubro de 2011 | 19h28

MÍRIAM LEITÃO

A DECISÃO DO JAPÃO DE CONTESTAR IPI NA OMC

 Reportagem publicada hoje pelo "Valor Econômico" diz que o Japão decidiu ir à Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar o aumento do IPI sobre carros importados, medida anunciada pelo governo brasileiro em setembro. Depois do Japão, foi a vez da Coreia do Sul se queixar, como mostra matéria do Globo que pode ser lida aqui.

O Japão deu o primeiro passo ao contestar a medida do Brasil, inicialmente, no Comitê de Acesso ao Mercado da OMC.
- A Organização tem as suas regras; não funciona como órgão de monitoramento, de polícia. Se um país descumpre uma regra e ninguém reclama, não tem problema. Mas se algum se sentir prejudicado, pede consultas, esclarecimentos. O Comitê é a primeira etapa - explica a economista Lia Valls, do Centro de Comércio Exterior do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.
Ela lembra que em 1995 houve algo similar, mas chegou-se a um acordo. Valls faz referência ao regime automotivo, que protegia a indústria local e dava incentivos às montadoras que se instalassem aqui, o que gerou queixas na OMC por parte dos EUA, UE, Coreia e Japão.
A elevação do IPI sobre carros importados fabricados fora do país, que gerou muita polêmica, contraria um dos princípios da OMC ao discriminar produtos estrangeiros.
- Medidas protecionistas tendem a crescer em momentos mais conturbados, de incertezas e baixo crescimento. Os países que se sentirem prejudicados podem tentar resolver a questão na OMC - explica.
http://oglobo.globo.com/economia/miriam/_img/livro_miriam.jpg
 O Globo/Comércio Internacional/Blog de Miriam Leitão – 14/10/2011-15h30m 

XÔ CORRUPÇÃO!!!!


HORÁRIO DE NÃO VERÃO