domingo, 6 de novembro de 2011

COLUNA DO ARTHUR NETO


PRORROGAR É POUCO

                                                                                
Um projeto industrial leva, em média, oito anos para amadurecer. Ou seja, como a Zona Franca tem data marcada para acabar (2023), se não vier a prorrogação dos incentivos que a têm sustentado, a partir de 2013 nenhum investimento novo lhe baterá às portas. Nenhuma ampliação acontecerá. O parque industrial estagnaria absolutamente.

Logo, somente pessoas desonestas intelectualmente ou demasiadamente ingênuas podem, de fato, declarar gratidão por um gesto que qualquer presidente, a esta altura do tempo, teria de adotar. Ou seria crível que, irresponsavelmente, deixassem morrer, de morte "morrida" um dos principais centros de produção industrial do País?

Prorrogar é obrigação. Assim como resolver nossos gargalos logísticos e parar de agredir o modelo (como fizeram com a Medida Provisória dos tablets) é uma necessidade extrema.

O ministro Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, declara que já existem oito empresas licenciadas para produzir tablets no Brasil, com isenção de 31% em impostos federais, valendo isso para qualquer parte do País. Leia-se: Centro-Sul, São Paulo à frente.

Pergunto: como poderia a ZFM, distante da malha rodoviária nacional, ilhada, porque sem saída terrestre, sem hidrovias, sem infraestrutura aeroportuária condizente, competir com estados mais ricos e mais bem situados geograficamente, ainda por cima contando com incentivos tão generosos? E vejam que nem computo as isenções estaduais e municipais, que elevam esses 30% para, no mínimo, 40%.

Entre essas empresas estão a taiwanesa Foxconn, a Apple e a HP e as japonesas Samsung e Semp Toshiba. Sempre associei a Samsung ao Distrito Industrial de Manaus. Mais ainda a Semp Toshiba.

Dói muito saber que o governo Dilma as incentiva a produzir tablets fora do Amazonas, deixando de gerar empregos para os nossos irmãos e, bem ao invés, construindo futuro para São Paulo e vizinhos.

Tenho PECs que prorrogam a ZFM. Não peço a ninguém que me agradeça por isso.

Por favor, deixem-me fora desse oba-oba em torno da "generosidade" da presidente Dilma, se sabemos que está na hora de prorrogar e qualquer um concordaria com a prorrogação, se estivesse no exercício da Presidência.

A prorrogação, sozinha, é pouco. Há muito mais a fazer, se queremos ser honestos com o Amazonas e com os amazonenses.
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FUTURO EM RISCO
Lisboa – Mais impressionante do que a coragem de Oldemar Iank, superintendente interino da Suframa, que simplesmente falou a verdade, é a desfaçatez de lideranças (???) políticas nossas, que preferem o conforto do aulicismo a enfrentar a dura realidade: A Zona Franca corre brutal perigo, sim, e não será a pura e simples prorrogação do tempo de validade dos incentivos que irá tirá-la da curva descendente. Os ingênuos devem deixar de sê-lo e os mal intencionados devem ser identificados e isolados. Está em jogo o destino de mais de três milhões de pessoas. Está em risco o futuro do único modelo de desenvolvimento regional que vinha dando certo neste país.


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