segunda-feira, 21 de novembro de 2011

COLUNA DO ARTHUR NETO


MOMENTO GRAVE



Lisboa – Do ponto de vista estritamente econômico, a situação aflitiva da Grécia passou a plano secundário no rol das preocupações dos dirigentes e líderes da União Européia. É que a Itália, muito maior e, portanto, com potencial de alargar desmedidamente os limites da crise, entrou na ordem do dia.

Sílvio Berlusconi caiu e, dentro da inegável margem de estabilidade institucional que o parlamentarismo garante, o novo governo já está sendo organizado. No presidencialismo, haveria um maremoto. No parlamentarismo, "la nave va".

Mas o cenário italiano é preocupante. Reformas estruturais e ajuste fiscal rigoroso são os remédios primeiros e básicos a serem aplicados.
         
A própria França coloca suas barbas de molho e promove ajuste interno de fôlego. Está em jogo a arquitetura política e econômica que, pelos cérebros e mãos de Helmut Kholl e demais estadistas de sua época, resultou na União Européia.

Comecei dizendo que, do ponto de vista estritamente econômico, a Grécia perdeu relevância. Se saísse da zona do euro, em pouco abalaria os alicerces ali plantados. Mas existe o fator político, que recomenda esforços no sentido de não soltar esse pequeno país ao mar. Sua defecção significaria, em termos de símbolo, a demonstração de que a unidade seria mais frágil que o ideal e que o necessário.

O símbolo, como sabemos, embora impossível de ser medido em números, é pelo menos tão expressivo quanto os valores calculáveis e tangíveis.

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