domingo, 20 de novembro de 2011

COLUNA DO ARTHUR NETO


ESPERA O QUÊ?


 Lisboa – Quando este artigo estiver em circulação, o senhor Carlos Lupi já não deverá ser mais ministro do Trabalho e Emprego. Faz tempo, alias, que ocupa artificialmente a cadeira, mentindo para a sociedade, para a imprensa e para a própria presidente da República.

Não trabalha e nem gera emprego. Limita-se a remendar, diariamente, desculpas esfarrapadas que não conseguem jogar fumaça sobre os fatos reais. Não é mais ministro e pronto.

Pouco me importa a figura de Lupi. Viajou de King Air com o “dono” da Ong Pro-Cerrado, sim. Fotos são indesmentíveis. Deveria ter pedido demissão formal do cargo que já não exerce de fato. Prefere a agonia lenta com morte certa a adotar, uma vez na vida, um gesto generoso e aberto.

Interessa-me é como se dará a escolha do seu sucessor. Alguém do PDT “lupista”? Alguém escolhido a dedo para varrer o desvio de dinheiro público para debaixo do tapete?

Ou seria Dilma Rousseff capaz da grande virada, mandando apurar, apontando culpados, cobrando as punições devidas? Hoje, sua figura começa a cair em descrédito. Tenta não demitir os delinquentes. Só o faz quando não dá mais para mantê-los. E, ao fim e ao cabo, permite que eles próprios e suas máquinas partidárias apodrecidas apontem os substitutos-protetores.

Essa tática, estilo lesa-opinião pública, se exauriu. Não engana mais ninguém. Agora, ou a presidente se acumplicia de vez com a política do clientelismo e da corrupção, ou rompe com ela e se irmana aos brasileiros de bem.

Torço pela segunda hipótese. Com pouca esperança, contudo com alguma esperança.
Manter Lupi ministro seria um escárnio. “Demiti-lo” e combinar com ele o sucessor equivaleria a um escárnio duplo. A propósito, a presidente espera o quê, ainda?

A rota da legitimidade exige mudança de 180 graus nos rumos do governo. Não existe possibilidade de eficiência administrativa em clima de baixa moralidade. Pode até a sintonia com a moralidade não representar, necessariamente, êxito de governança, todavia sem ela o fracasso real é inevitável. Não me refiro a enganação e propaganda. Falo de governos eficientes, eficazes, mudancistas e que rejeitam táticas totalitárias de manipulação de corações e mentes.

Mostre a cara, presidente. Estamos a aguardar por isso.

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COLETA E DESTINO

Lisboa – Em muitas cidades brasileiras, a coleta de lixo ainda é um problema. Manaus era assim, quando cheguei para governá-la. Simplesmente não havia coleta sistematizada. Os equipamentos eram defasados, a população sofria com a irregularidade e terminava depositando o lixo doméstico de qualquer maneira. Era a época das "lixeiras viciadas" e nem se podia pensar em reciclagem e aproveitamento econômico de resíduos. Pois criamos um sistema, fizemos campanhas educativas pelos órgãos de comunicação, a sociedade aderiu e Manaus se tornou uma cidade limpa. Havia lugares, por exemplo, onde a varrição de dava cinco vezes ao dia. Em outros, uma vez. Em outros ainda, três vezes por semana. Em alguns, duas vezes e, nos locais ainda não urbanizados, fazíamos mutirões quinzenais. Tive dois excelentes secretários de limpeza urbana: Ivanildo Cavalcante, verdadeiro trator humano, e Ailton Luiz Soares, atual secretário de Assuntos Fundiários do Estado, figura de raro senso estratégico e, ao mesmo tempo, muito operacional. Deram conta do recado. Mas eu dizia que em muitas cidades brasileiras, a coleta ainda é um problema. Em outras, que avançaram mais, a reciclagem eficiente faz com que o lixo vire solução e se transforme em riqueza, gerando empregos e possibilitando o florescimento de empresas bem armadas tecnologicamente. É esse caminho que temos de trilhar.


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