sábado, 5 de novembro de 2011

COLUNA DO ARTHUR NETO


SOLIDARIEDADE


Não faço coro com os que, através das mídias sociais, formulam votos contra a saúde do ex-presidente Lula da Silva. Nem, obviamente, com aqueles que pretendem tirar proveito político de fato tão triste.

Desejo que essa tempestade pessoal seja vencida para que ele possa seguir sua vida pessoal e familiar. Não dá para repetir o gesto mesquinho dos militantes petistas que agrediram Mario Covas à porta da Secretaria de Educação de São Paulo. Agrediram, ao mesmo tempo, o governador e um homem doente de câncer, que vivia seus momentos finais.

A cena não me sai da cabeça. A covardia de muitos e a bravura de um só. Sempre me orgulhou a postura de Covas, sempre coerente com o líder do MDB que, em 1968, levou a Câmara a enfrentar o ultimato da ditadura militar, que exigia a cassação do deputado Marcio Moreira Alves. Foi cassado pelo Ato Institucional número 5 exatamente por isso. Eis aí um homem que morreu como viveu: de cabeça erguida, sem fazer concessões fundamentais, sem se abastardar.

Sou solidário a Lula neste momento. A ele e a sua família.

Não preciso retirar nenhuma das críticas que lhe tenho feito para agir assim. Apadrinhou corruptos e corrupção. Avalizou ditadores sanguinários. Revelou-se inimigo da liberdade de imprensa. Preferiu a popularidade fácil a prosseguir com reformas estruturais que, elas sim, preparariam o Brasil para o grande salto. No poder, demonstrou caráter rancoroso e pequeno.

Sou seu adversário e não vejo razão para deixar de sê-lo. Mas quem está enfermo não é o adversário. É o ser humano, pai, esposo, avô. E é com ele que me solidarizo.

Temos de ter limites. O sentimento da generosidade não se pode apagar dos corações. A chama da humanidade precisa brilhar sempre dentro de cada um de nós.

O ódio faz mal a quem odeia. Poupo-me de sentimento tão destrutivo.


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BORDER LINE

INFRAESTRUTURA JÁ!
Lisboa - Prorrogar os incentivos da Zona Franca sem resolver os gargalos logísticos que asfixiam esse modelo de desenvolvimento regional simplesmente não responderá aos desafios postos diante de nós. Nossa estrutura aeroportuária é caótica. O "Eduardinho" parece mais um cemitério de partes, peças e produtos do que uma solução ágil para a entrada e saída de mercadorias em Manaus. O sol e a chuva não poupam o que fica ali "estocado". É aeroporto superado (já foi muito funcional) e cúmplice da burocracia infernal que dificulta ainda mais as coisas. Não dispomos de hidrovias nem de saída terrestre para o resto do País. A novela da BR-319 (eu preferiria uma ferrovia) não tem fim. Não se investe em inovação nem, efetivamente, em formação de mão de obra. Vivemos de números fantasiosos, aquilo que chamo de presente-passado; estamos perdendo a luta pelo presente-futuro.

IMPRESSIONANTE
Lisboa – O jornal A Crítica, em chamada de primeira página, veiculou declaração fortíssima do senhor Oldemar Ianck, superintendente interino da Suframa: "A ZFM ACABOU". Mais ou menos isso aí. Tenho alertado com insistência a respeito desse perigo. Afinal, sequer temos alternativas econômicas ao modelo que, há 44 anos, nos sustenta a economia. Louvo a coragem demonstrada por esse dirigente, embora ainda esteja longe de dar a guerra como perdida. Dependemos de ação rápida e fulminante do governo federal, propondo a repactuação do modelo. Dependemos – e muito – de nossa capacidade de luta e convencimento. O tratamento de choque pode gerar bons efeitos: os que mentem e douram a pílula são cúmplices do processo, em marcha, de liquidação do Polo Industrial de Manaus.

DESMONTE DA ZFM
Lisboa – Verdadeiro presente de grego para os amazonenses a prorrogação dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus, se essa medida não estiver acompanhada de fortes investimentos em infraestrutura, inovação e formação de mão de obra. Se não prepararmos hidrovias, se não conquistarmos a saída terrestre para o resto do país e se o PIM continuar sendo agredido por Medidas Provisórias, Portarias ou o que mais seja, no que se afigura verdadeiro desmonte planejado do modelo.

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