domingo, 15 de janeiro de 2012


AHMADINEJAD

Lisboa – Sua viagem à América Latina, na semana passada, supostamente para quebrar o isolamento internacional, que lhe tem sido justamente imposto, só serve mesmo para consolidar sua imagem de pária. Afinal, os países "escolhidos" foram a Venezuela do proto-ditador Hugo Chávez, o Equador do autoritário Rafael Correia, a Nicarágua do carcomido Daniel Ortega e a Cuba dos Castro, que simbolizam a ditadura mais longeva do mundo. Deveria ter ir à Coréia do Norte para completar a pantomima.

Celso Amorim, quando chanceler brasileiro pagou mais do que um "mico", ao insinuar Brasil e Turquia como fiadores do Irã e seu projeto nuclear, que só ele mesmo, Celso, poderia acreditar que se destinaria a fins pacíficos. O mundo morreu de rir da "proposta". Foi mais do que um "mico". Foi um verdadeiro "king kong".

Sabe-se agora que o Irã vai começar a enriquecer urânio num bunker estabelecido numa montanha de dificílimo acesso. Ou seja, a insanidade com que agem os aiatolás, liderados por Komenei, dos quais Ahmadinejad é mero títere, sugere que a tensão vai aumentar – e muito – no Oriente Médio.

Uma intervenção militar no Irã não é coisa simples. Trata-se de país de mais de 80 milhões de habitantes, protegido por montanhas densas.

Se estiver desenvolvendo mesmo artefatos nucleares, poderá ser atacado por Israel que, após a chamada Primavera árabe, experimenta situação de isolamento político na região. Se o conflito ganhar proporções, poucas dúvidas existem de que a OTAN entraria em cena ao lado dos israelenses. E aí o futuro do mundo ficaria tão incerto como em momentos angustiantes que a Humanidade já experimentou, em passado até recente.

Nessa hipótese indesejável, ninguém se iluda de que o Brasil terá de escolher um lado. E aí ficará ainda mais exposta a irresponsabilidade com que Amorim, executor da política externa do governo Lula, levou seu chefe a agir.

Política exterior não é para amadores nem para escravos de ideologias. Deve ser trabalhada com pragmatismo, levando em conta, friamente, os interesses do país que se representa.

O mais é infantilidade, compreensível, embora não justificável, nas atitudes de um Chávez, mas absolutamente incondizente com o razoável peso internacional que o Brasil já conquistou.

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