Se todas as atenções, espaços de mídia e, principalmente,
articulações políticas giravam em torno de Lula e Haddad, passam agora a girar
em torno de Serra e Alckmin.
Serra e Alckmin são amigos na origem, adversários no PSDB e fadados a uma
convivência forçada para, quem sabe, todo o sempre.
Serra precisa da força de Alckmin e da máquina do principal governo do país.
Alckmin também precisa de Serra, para garantir São Paulo nas mãos dos tucanos.
Haddad míngua, Gabriel Chalita perde até a equipe, Gilberto Kassab assume ares
de coordenador e porta-voz, como se sua ostensiva aproximação com Lula e Haddad
jamais tivesse existido. Os partidos satélites reavaliam as condições das
candidaturas e se reposicionam.
Trata-se, pois, de uma mudança e tanto no quadro e no cenário paulistanos. Mas
a eleição ainda não começou... Serra venceu a primeira fase, mas faltam as
prévias e a campanha não vai ser fácil. Há dúvidas, como sempre, sobre a
participação efetiva dos tucanos: até onde eles vão ajudar, até onde poderão
atrapalhar. É o "fenômeno Aécio", que se materializa a cada eleição.
Perfeccionista, obcecado, aplicado, autocentrado e irritante, tudo em Serra
parece menor ou maior do que é -e polarizado. Ele é o primeiro nas pesquisas,
mas acumula enorme rejeição; boia de salvação para os tucanos, não tem a
simpatia de 9 entre 10 deles; é "O" candidato a prefeito, mas só
pensa em ser presidente da República.
Convém ter um pé atrás diante das promessas de que Serra não vai abdicar da
Prefeitura -de novo- para disputar a Presidência. Sua candidatura não apenas
muda o epicentro da eleição paulistana como começa a definir também a campanha
presidencial. Com Serra prefeito de São Paulo, tudo pode acontecer.
BLOG CONTEÚDO LIVRE / ELIANE CATANHEDE / A CAMBALHOTA EM SÃO PAULO / Rm 26.02.2012
/ / elianec@uol.com.br
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