EXEMPLO DE MILÃO
Lisboa
– A revista METRO, que circula na grande Lisboa, no seu espaço intitulado
"Metrogreen", apresenta matéria muito interessante sobre uma
experiência que está sendo tentada em Milão e que, se der certo, poderá espraiar-se
por todas as cidades de grande porte.
Trata-se
da construção da primeira floresta tropical do mundo, um arranha-céu com
árvores em cada andar. O projeto piloto é a nova "Bosco Verticale",
com 27 andares, cada um rodeado por uma minifloresta, na verdade, uma grande
variedade de árvores e arbustos.
Diz
o Stephan Barthel, especialista em serviços de ecossistema urbano no Stockholm
Resilience Center, que "paredes
vivas e telhados verdes serão construídos por todo o mundo. Temos de levar
natureza às cidades. As árvores melhoram a qualidade do ar através da absorção
de gases e dióxido de carbono. Diminuirão doenças como a asma, bem como os
ruídos e a temperatura. Ao dar frutas, nozes e bagas, ou até plantas
medicinais, podem trazer maior segurança alimentar às cidades".
Fazendo
o papel do advogado do diabo, Michel Pimbert, do Instituto para o Meio Ambiente
e o Desenvolvimento, questiona que "nem
todas as árvores e animais podem viver em arranha-céus". De todo modo,
a atenção dos arquitetos urbanos se volta fortemente para o "case"
milanês.
Muitos
concluem que, num vigésimo sétimo andar, as árvores sofrem com o vento, mas que
isso não se daria, por exemplo, num quarto andar.
É
cada vez maior o número de técnicos que acreditam que as florestas verticais,
os jardins e as hortas podem ser o futuro.
Regeneram
ambientes que se tornaram vazios de vida e podem curar o abismo entre a cidade
e o campo.
A
verdade é que mais pessoas vivem nos centros urbanos. E a tentativa do projeto
de Milão, que está sendo erigido na zona da Garibaldi Republica, é transformar
as selvas de pedras em ambientes saudáveis e agradáveis de viver.
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BORDER LINE
LESTE
EUROPEU
Lisboa – Em determinado momento
de sua trajetória, a União Européia abriu suas portas para países do Leste
Europeu, que saíam de dolorosas ditaduras ditas comunistas. Tecnologicamente
atrasados, ambientalmente deteriorados, receberam fortes investimentos em
infraestrutura, em educação, saúde, ciência, laboratórios. E, claro, tinham, na
contrapartida, de seguir as linhas macroeconômicas da UE. A aventura comunista
custou caro a todos, especialmente àqueles que, como a República Tcheca (antiga
Tchecoslováquia), jamais foram "orientais". Sempre foram histórica e culturalmente
ocidentais. Depois, na readaptação ao Ocidente, novos transtornos e
dificuldades. Para a UE, o conjunto dessas adesões foi vantajoso? Sinceramente,
penso que não! E só encontro uma explicação para o gesto: exigência dos Estados
Unidos, temeroso talvez de ver esses países, se à deriva, orbitando em torno de
quaisquer tendências político-militares que não fossem afins com sua política
exterior. Dessa leva do Leste, há quem esteja enfrentando bem a atual e
precária conjuntura: a Polônia, por exemplo, com inflação baixa, ao contrário
da brasileira, que já beira os 7%, crescerá, neste ano, pouco acima de 4%,
diferentemente do Brasil, que se dará por feliz se atingir 3%.