SÍMBOLO FORTE
Lisboa
– Semana passada, falamos de drogas aqui neste espaço. Abordei a vulgarização
do crack e do oxe, que viciam, já nas primeiras experiências, os que deles se
aproximam. E preguei a necessidade, urgente-urgentíssima de se colocar em
prática uma política nacional de enfrentamento a essa verdadeira epidemia.
Essa
política, a meu ver, deveria ser liderada pelo governo central, com a participação
dos estados, das prefeituras, do aparato do Judiciário e, sem dúvida, do
terceiro setor. Nada mais urgente do que isso, porque o Brasil corre o sério
risco de se mexicanizar e perder a batalha contra o crime organizado, contra a
máfia dos traficantes de drogas, armas e seres humanos. No fundo, aliás, dá
para se dizer que nem todo mundo que trafica drogas trafica armas e pessoas; dá
para se dizer que nem todo mundo que trafica pessoas, trafica armas, porém dá
para dizer que, muito dificilmente, os traficantes de armas e pessoas não
haveriam de ser, também, traficantes de drogas.
Temos
fronteiras enormes, escancaradas, veias abertas por onde circula o mal, apesar
do valor e da coragem da Polícia Federal e do Exército brasileiro. Outro dia, vi,
na Globonews, um Procurador de Justiça italiana declarar que nosso país, hoje,
é verdadeira agência reguladora dos preços internacionais da cocaína, até
porque passagem obrigatória de grande parte desse "produto". Isso é
de dar muita tristeza mesmo.
Pois
abro os jornais e leio que número expressivo de manifestantes protestou, em
frente ao Congresso Nacional, contra a expansão do mercado do crack. Colocaram
513 pedras, cada uma delas simbolizando um deputado federal, cobrando
energicamente exatamente o que me salta aos olhos da face: uma política
nacional de combate às drogas.
Ou
seja, não dá mais para adiar.
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