ZONA FRANCA
Lisboa
– Vai perdendo força o discurso ufanista dos que não querem ver ou – fingem não
querer – enxergar o profundo dilema em que se debate a Zona Franca de Manaus.
As tecnologias mais novas ficam cada vez mais distantes do Polo Industrial de
Manaus. As menos dinâmicas, que vão caducando, são mantidas no Amazonas, como
prêmio de consolação, que sequer durará muito tempo.
Tudo
isso sem levar em conta o caos logístico que estrangula nossa economia. E que
poderia muito bem estar sendo eliminado, se tivesse havido vontade política
para tal.
Tudo
isso levando em conta que os incentivos fiscais, que beneficiam a Zona Franca,
vêm perdendo força com muita rapidez, no cotejo com estados que promovem a
guerra fiscal e oferecem logística melhor do que a nossa. Antes, nossas
vantagens comparativas eram inquestionáveis. Atualmente, elas valem relativamente
menos. Cada vez mais relativamente menos.
Tudo
isso levando em conta os seguidos golpes que o governo federal insiste em
aplicar num modelo vitorioso que, no entanto, está em crise latente e poderá
vir a entrar em agonia.
Por
isso insisto tanto na repactuação do projeto ZFM. Inclusive para passarmos a
aproveitar os recursos da magnífica biodiversidade a nossa volta.
Se
tem um assunto em que eu preferiria estar errado é justamente este. Lamentavelmente,
poucas vezes estive tão convencido de alguma coisa.
Dormir
em berço esplêndido equivalerá a negar e anular o futuro.
Despertar
para a luta engrandecerá todos aqueles que tiverem a humildade de reconhecer o
tempo que já perdemos.
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