HIPOCRISIA II
Lisboa – Sou obrigado a voltar ao tema,
sem nenhum desejo de contrariar os “funcionários” das redes sociais. É que o PT
e seu governo são hipócritas em dose dupla: apropriam-se de obras alheias; são
uma coisa na Bahia, solidarizando-se com um governo sem autoridade como o de
Jacques Wagner, e outra quando fazem oposição a algum governador; privatizam –
e isso não é errado – e insistem em dizer que apenas “concederam” os
aeroportos. São, enfim, os mestres da desfaçatez e do oportunismo politico.
Voltando a Jacques Wagner, ressalvo, de
pronto, que sou e sempre fui contrário a greves feitas por gente armada. Bem
diferente dele que, na Bahia, apoiou (e dizem que financiou) uma, dessa mesma Polícia
Militar, em 1992, quando o governador era ACM, e outra em 2001, na gestão de
Cesar Borges, do então PFL.
Mas falemos da privatização dos
aeroportos, medida de governo correta, lamentavelmente adotada com muito
atraso. Detalhes e alguns reparos ao negócio, deixarei, quem sabe!, para o
HIPOCRISIA (III).
O Estado não tinha como investir no
setor. O governo não revelou capacidade gerencial para bem administrar os
principais aeroportos brasileiros. Somente o preconceito ideológico estúpido e
insincero atrasava o processo.
Agora as lideranças petistas se perdem
“envergonhadas” do que fez o governo, elas que não se envergonham, por exemplo,
do mensalão. Diz uma: “privatizamos um setor que não é importante; não faríamos
isso com algo estratégico como a mineração”. Os leitores já leram ou ouviram
tolice maior? Quer dizer então que a estrutura aeroportuária de um país não se
reveste de peso estratégico?
Mas vem outra e se esconde:
“diferentemente de Fernando Henrique, que privatizou, nós apenas concedemos”?
“Concederam”? Lembrei-me da Bruna Surfistinha do filme, que “distribuía”.
Eufemismos vãos, que somente mostram falta de coerência e de seriedade
intelectual.
Fernando Collor privatizou, Itamar
Franco privatizou, Fernando Henrique privatizou, Lula privatizou e Dilma
seguindo, agora, o curso histórico, privatizou também. É por aí que a economia
se moderniza e prepara o país para crescer de verdade, sustentavelmente.
E ainda falta quase tudo, em termos de
recuperação, atualização e constituição da infraestrutura brasileira.
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