TRISTE
HERANÇA
Lisboa
– Também sob o ponto de vista ambiental as experiências comunistas (ou
socialismo real) foram funestas na Rússia, na Europa do Leste e por onde mais
tenham passado ditaduras comandadas por burocratas da máquina partidária,
impiedosos com as populações transformadas em súditos e incompetentes para
obterem equilibrado avanço socioeconômico e tecnológico.
Com
a queda do Muro de Berlim, por exemplo, a unificação das duas Alemanhas numa
só, a longo prazo, se revelou acertada e a prova disso está na pujante economia
dirigida pela Primeira Ministra Ângela Dorothea Merkell. Mas quando o comunismo
ruiu e a banda Ocidental assumiu a responsabilidade de praticamente reconstruir
o lado Oriental, o inventário só apontava pessoas traumatizadas pela crueldade
do velho regime, muito atraso tecnológico, muita pobreza e terrível herança de
destruição ambiental.
Foi
assim nos países que a Rússia transformou em satélites, reunindo a si mesma e a
eles na extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Certamente que não
haverá de ser bom o quadro na Coréia do Norte e em Cuba.
A
formidável China, que de comunista não tem mais nada, também tem sustentado seu
forte crescimento a partir de ângulos positivos e negativos. Positivos: investe
para valer em Educação, em inovação, em tecnologia; ao contrário do Brasil,
monta sua pauta de exportações, cada vez mais, em cima de produtos de
expressiva agregação de valor industrial e tecnológico; é pragmática em matéria
de política externa e deixa os ideologismos de lado em função de sua própria
saúde econômica. Negativos: trata-se de uma ditadura; a maior parte da
população ainda está excluída dos progressos obtidos; pratica, nos seus
territórios que geram produtos de baixo valor tecnológico, duro dumping social
(pagam salário miserável aos trabalhadores para oferecer artigos a baixo preço
no mercado internacional) e nunca se preocuparam com não poluir a atmosfera. A
China emite mais CO² que todos os países do mundo. Quando se fala em emissão
per capita, Os EUA a superam largamente.
Moral
da História: o único desenvolvimento econômico que realmente interessa aos
seres humanos e ao futuro é o que se preocupa com a sustentabilidade, com o
meio ambiente, com um planeta saudável a ser transmitido aos nossos filhos e
netos.
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FUNDAÇÃO DE
MEDICINA TROPICAL
Lisboa – Fiquei muito feliz com a
notícia de que a Fundação Bill Gates colaborará com um milhão de dólares para a
Fundação de Medicina Tropical do Estado do Amazonas intensificar pesquisas
sobre o DNA do parasita causador da malária Vivax. Isso se deve à ação
competente da presidente Graça Alecrim que, junto com o diretor de Pesquisa da
FMT, Marcos Lacerda e toda a equipe do órgão, tem muito que comemorar. Afinal,
pode ter sido a abertura para mais contatos internacionais de enorme
significação. Sou admirador do trabalho da FMT-AM. Por mil razões. Uma delas me
é muito cara. Minha neta Julinha, filha do deputado Arthur Bisneto, foi
recentemente atendida lá. Tratamento correto, que a preparou para a fase
subsequente e, portanto, para a vitória final. Quanto mais apoio para essa
instituição de excelência, melhor! O retorno para o povo amazonense será sempre
o melhor possível.
CIGARRAS X
FORMIGAS
Lisboa – Tal como em Portugal,
onde o Partido Socialista, em oito anos de consulado, agravou brutalmente as
dificuldades da economia, também na Espanha a constatação é que a
centro-esquerda do Partido Socialista e Operário Espanhol (PSOE) também fez
papel de cigarra nos recentes tempos das vacas gordas. E, assim como em
Portugal cabe à centro-direita de Pedro Passos Coelho enfrentar uma crise cheia
de incertezas, igualmente na Espanha será dessa mesma tendência política, sob a
liderança de Mariano Rajoy, buscar, em condições adversas, reparar o estrago
que encontrou. Na Espanha, um terço da população está no desemprego. A economia
está desajustada fiscalmente. A gestão pública do PSOE foi desastrosa. A dívida
está quase inadministrável. Vejo um quadro cinzento. A zona do euro está em
meio a dilemas atrozes. O radicalismo republicano nos Estados Unidos tem
impedido que o presidente Barack Obama leve a cabo propostas de efetiva
austeridade. O Brasil já começa a sentir os efeitos da crise. E depende de que
a China não dê um espirro econômico, que poderia virar pneumonia entre nós. A
dívida das famílias cresce, a inadimplência também. O investimento é
perigosamente baixo. Nunca soube de país que tivesse sustentado o crescimento
econômico à base de crédito. O investimento sim é que puxa o carro. Não é hora
de triunfalismo, mas de muita atenção à cena internacional.
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