ANOMALIA VIRA REGRA
Desta vez é Carlos Lupi, do Trabalho e Emprego, pasta
que virou capitania quase hereditária do seu partido, o PDT. Figura
despreparada, reagiu ao flagrante proferindo bravatas e asneiras aos borbotões:
“só saio à bala”. Seria até cômico, se não envolvesse realidade tão triste.
Lupi pode até não ter percebido, primário que é, mas
sua “resistência” abala a já combalida autoridade da presidente Dilma Rousseff.
Deveria ser ela a nomear e demitir seus auxiliares.
Pelo menos é o que penso. Para cérebros mais
maliciosos do que o meu, Lula decide o fundamental do governo e lá ficaria sua
pupila de mãos atadas, tendo de demitir Orlando Silva, porém mantendo os
Esportes com o PC do B. Tendo de elogiar publicamente personagens que caíram porque
foram apanhados com a boca na botija da coisa pública.
Lupi cairá. Isso é certo como dois e dois são quatro.
Talvez apenas depois da aprovação da PEC da DRU (Desvinculação de Receitas da
União), que tem importância fundamental para a ação de governo. Mas cairá. E,
lamentavelmente, seu substituto virá do mesmo PDT, o que equivale ao
sepultamento de toda e qualquer perspectiva real de investigação. Ia
esquecendo: no ato da posse do novo ministro, será louvado também, porque essa
virou a praxe de uma ordem esquisita.
Uma criança indagaria aos pais: “ué, mas se essas
pessoas merecem esses elogios todos, porque essa senhora malvada os está
demitindo?”. Parece um desperdício jogar tanta gente boa fora. À primeira vista
soa como sadomasoquismo.
Ou então a senhora não é “malvada” nem os elogios são
sinceros. Nesse caso, a criança ficaria sem entender e os pais teriam de
explicar: “é que parece que ela não manda no governo dela”.
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