PRORROGAR É
POUCO
Um projeto
industrial leva, em média, oito anos para amadurecer. Ou seja, como a Zona
Franca tem data marcada para acabar (2023), se não vier a prorrogação dos
incentivos que a têm sustentado, a partir de 2013 nenhum investimento novo lhe
baterá às portas. Nenhuma ampliação acontecerá. O parque industrial estagnaria absolutamente.
Logo, somente
pessoas desonestas intelectualmente ou demasiadamente ingênuas podem, de fato,
declarar gratidão por um gesto que qualquer presidente, a esta altura do tempo,
teria de adotar. Ou seria crível que, irresponsavelmente, deixassem morrer, de
morte "morrida" um dos principais centros de produção industrial do
País?
Prorrogar é
obrigação. Assim como resolver nossos gargalos logísticos e parar de agredir o
modelo (como fizeram com a Medida Provisória dos tablets) é uma necessidade
extrema.
O ministro
Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, declara que já existem oito
empresas licenciadas para produzir tablets no Brasil, com isenção de 31% em
impostos federais, valendo isso para qualquer parte do País. Leia-se:
Centro-Sul, São Paulo à frente.
Pergunto: como
poderia a ZFM, distante da malha rodoviária nacional, ilhada, porque sem saída
terrestre, sem hidrovias, sem infraestrutura aeroportuária condizente, competir
com estados mais ricos e mais bem situados geograficamente, ainda por cima
contando com incentivos tão generosos? E vejam que nem computo as isenções
estaduais e municipais, que elevam esses 30% para, no mínimo, 40%.
Entre essas
empresas estão a taiwanesa Foxconn, a Apple e a HP e as japonesas Samsung e
Semp Toshiba. Sempre associei a Samsung ao Distrito Industrial de Manaus. Mais
ainda a Semp Toshiba.
Dói muito saber
que o governo Dilma as incentiva a produzir tablets fora do Amazonas, deixando
de gerar empregos para os nossos irmãos e, bem ao invés, construindo futuro
para São Paulo e vizinhos.
Tenho PECs que
prorrogam a ZFM. Não peço a ninguém que me agradeça por isso.
Por favor,
deixem-me fora desse oba-oba em torno da "generosidade" da presidente
Dilma, se sabemos que está na hora de prorrogar e qualquer um concordaria com a
prorrogação, se estivesse no exercício da Presidência.
A prorrogação,
sozinha, é pouco. Há muito mais a fazer, se queremos ser honestos com o
Amazonas e com os amazonenses.
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BORDER LINE
FUTURO EM RISCO
Lisboa
– Mais impressionante do que a coragem de Oldemar Iank, superintendente
interino da Suframa, que simplesmente falou a verdade, é a desfaçatez de
lideranças (???) políticas nossas, que preferem o conforto do aulicismo a
enfrentar a dura realidade: A Zona Franca corre brutal perigo, sim, e não será
a pura e simples prorrogação do tempo de validade dos incentivos que irá
tirá-la da curva descendente. Os ingênuos devem deixar de sê-lo e os mal intencionados
devem ser identificados e isolados. Está em jogo o destino de mais de três
milhões de pessoas. Está em risco o futuro do único modelo de desenvolvimento
regional que vinha dando certo neste país.
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