DROGAS
Lisboa
– O tráfico e o consumo de drogas, no Brasil, já revelam caráter epidêmico. O
crack e o oxe, que viciam desde as primeiras experiências, grassam
acintosamente, liquidando vidas, matando esperanças.
Entendo
necessário um grande esforço nacional, comandado pelo governo central,
envolvendo os executivos estaduais, as prefeituras, os parlamentares, todo o
aparato judiciário, as organizações do terceiro setor. Se não surgir algo
definitivo, fulminante, como reação ao avanço da tragédia, ela vencerá a
batalha e nós perderemos muitos dos nossos jovens, muito do nosso futuro.
Não
dá para se fingir que não se está vendo a tempestade já formada. O Brasil ainda
tem tempo de evitar sua mexicanização que, no grande país latino da América do
Norte se retrata pela clara derrota do Estado para o crime organizado, para as
máfias das drogas.
Há
milhões de brasileiros que não conseguem trabalhar, conviver com não-viciados,
estudar, amar, projetar um mínimo de futuro. São pessoas que praticam o sexo
inseguro e promíscuo, que deixam de comer e se prostituem em troca de algumas
pedras e de momentos fugazes de fuga de uma realidade que lhes nega a condição
humana. São pessoas que gastam o salário de um mês, em poucas horas, antes de
perderem mais um emprego e se enfiarem mais fundo ainda no pesadelo
interminável.
Não
podemos permanecer alienados diante de questão tão grave, tão dramática.
Podemos
agir. Devemos agir. Temos de agir.
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