Dona Mazé Mourão,
Sempre
considerei muito importante a postulação do título de IMORTAL, principalmente aqui em nossa tribo BARÉ, onde pouco se faz
notícia de uma ACADEMIA DE LETRAS tão honrada e bem representada. Agora, diante
do borrado incidente jornalístico, tenho lá minhas dúvidas entre uns e outros da
importância ou glória que isso encerra.
Seu
comentário não foi maldoso - presumo -
porém com certeza foi muito infeliz, pobrezinho e com um toque explícito de quem não se
preocupa com o engrandecimento cultural das grandes massas.
Aliás,
o fator mais infeliz continua sendo sua RENITÊNCIA,
numa a postura arrogante de se mostrar indiferente às interpretações dadas ao
seu breve artigo.
Como
jornalista conceituada, com notoriedade indiscutível pela laureada ACADEMIA AMAZONENSE DE LETRAS, talvez apenas
tenha esquecido o que significam os verbetes REPUTAÇÃO e FAMA (Boa e má).
Diante
de opiniões tão polêmicas, em paralelo, creio que a Senhora NÃO TEM O DIREITO de
falar em nome do Sr. GOVERNADOR OMAR
AZIZ, nem mesmo de parafrasear suas opiniões, visto que os contextos e
circunstâncias são diferentes.
Não
sei de que lado a senhora se encontra, não somos amigos, nem sei quem apóia
politicamente, porém é fato consumado que
seu comentário infeliz JOGOU LAMA no rosto do Governador, ao mesmo tempo em que deixou sua "imortalidade acadêmica"
envolvida em um diagnóstico de PATOLOGIA CONTAGIOSA GRAVÍSSIMA, que antes de se
querer ser "imortal", desejaríamos que fosse prontamente extinta, em
morte súbita, para não contagiar ninguém com o vírus da arrogância racista.
Lembre-se
aqui, respeitável senhora Mazé Mourão, que os corpos e mentes jazerão no túmulo
com brevidade sorrateira, mas as LETRAS continuarão VIVAS, multiplicadas e
continuadas pelos séculos, tal como afirmou um dia PÉRICLES DE MORAES (Acadêmico
da AAL e também Cartorário, de quem tenho honra de ser colega de profissão).
Se
existe mesmo tal imortalidade, desejo de coração que a senhora SEJA FELIZ aqui
e um dia no além, após o seu pedido de desculpas.
Contudo,
gostaria de lhe recordar mais uma vez -
presumindo que já tenha esquecido -
que o nosso pai veterano
MACHADO DE ASSIS também era um homem negro, pobre e suburbano, descendente de escravos, que também “morcegava”
os bondes no Rio de Janeiro de outrora, onde negros não tinham liberdade de
tomar assento, mesmo sendo alforriado.
Naquele
tempo, com o apoio de pessoas verdadeiramente iluminadas, ele (Machado de
Assis) conseguiu TRANSCENDER e chegou até onde nós sabemos.
Diante
de tal semelhança, permita-me interrogar curiosamente:
A
Senhora não tem vergonha de manter NEFREDITE (sua fiel empregada que convive ao
seu lado) em estado tão lastimável de poucas luzes?
É
lastimável perceber que a ESCRAVIDÃO do passado ainda se mantém pela ignorância
dos que nos servem, independente de cor.
Se
Nefredite existe ou não no mundo real, ou se faz pela sua imaginação - pouca
importa - a vergonha nesse caso é somente sua...
Por
tudo, acredito que a senhora comprometeu e ofuscou o brilho de nossa Academia, de
toda nossa sociedade e comprometeu principalmente a imagem do nosso Governador
no cenário nacional.
No
entanto, entre tantos índios, negros, turcos e outras etnias aqui presentes na
mesma taba, lhe desejo dias melhores (com LETRAS mais saudáveis e
verdadeiramente IMORTAIS).
Reflita
com muita luz no coração e
Obrigado
pela sua atenção.
Cordialmente.
Marco
Aurélio Bacury
Publicado no Blog MAZÉ MOURÃO em 30.01.2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário