Como destaca Mishel, a primeira coisa que
precisamos saber é que o índice de incerteza tem como base um levantamento das
matérias publicadas na mídia. Isto significa que se o império Murdoch decidir
vender a ideia de que há muita incerteza nas políticas administrativas, o
índice dos autores identifica isto como um aumento real na incerteza, e não como
a campanha de propaganda que de fato é.
Mesmo deixando isto de lado, aquilo que o jornal
identifica como “incerteza” não tem nada a ver com aquilo que a direita quer
que pensemos ser o fator que impulsiona os fatos. A reforma do sistema de saúde
não produz alterações visíveis neste índice; o que realmente o levou a
patamares astronômicos foi a disputa em relação ao teto da dívida. Assim,
poderíamos argumentar que a verdadeira incerteza nas políticas públicas não é o
medo daquele radical islâmico ateu e socialista na Casa Branca, e sim o medo de
os republicanos fazerem novos reféns. Seja como for, isto parece mais próximo
daquilo que a análise sugere.
Mais uma defesa falsa de provas empíricas dos
dogmas da direita bate as botas.
ESTADÃO/ECONOMIA
& NEGÓCIOS/BLOG DO PAUL KRUGMAN/13 de outubro de 2011 | 19h28
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