ESPERA
O QUÊ?
Não
trabalha e nem gera emprego. Limita-se a remendar, diariamente, desculpas
esfarrapadas que não conseguem jogar fumaça sobre os fatos reais. Não é mais
ministro e pronto.
Pouco
me importa a figura de Lupi. Viajou de King Air com o “dono” da Ong
Pro-Cerrado, sim. Fotos são indesmentíveis. Deveria ter pedido demissão formal
do cargo que já não exerce de fato. Prefere a agonia lenta com morte certa a
adotar, uma vez na vida, um gesto generoso e aberto.
Interessa-me
é como se dará a escolha do seu sucessor. Alguém do PDT “lupista”? Alguém
escolhido a dedo para varrer o desvio de dinheiro público para debaixo do
tapete?
Ou
seria Dilma Rousseff capaz da grande virada, mandando apurar, apontando
culpados, cobrando as punições devidas? Hoje, sua figura começa a cair em
descrédito. Tenta não demitir os delinquentes. Só o faz quando não dá mais para
mantê-los. E, ao fim e ao cabo, permite que eles próprios e suas máquinas
partidárias apodrecidas apontem os substitutos-protetores.
Essa
tática, estilo lesa-opinião pública, se exauriu. Não engana mais ninguém.
Agora, ou a presidente se acumplicia de vez com a política do clientelismo e da
corrupção, ou rompe com ela e se irmana aos brasileiros de bem.
Torço
pela segunda hipótese. Com pouca esperança, contudo com alguma esperança.
Manter
Lupi ministro seria um escárnio. “Demiti-lo” e combinar com ele o sucessor
equivaleria a um escárnio duplo. A propósito, a presidente espera o quê, ainda?
A
rota da legitimidade exige mudança de 180 graus nos rumos do governo. Não
existe possibilidade de eficiência administrativa em clima de baixa moralidade.
Pode até a sintonia com a moralidade não representar, necessariamente, êxito de
governança, todavia sem ela o fracasso real é inevitável. Não me refiro a
enganação e propaganda. Falo de governos eficientes, eficazes, mudancistas e
que rejeitam táticas totalitárias de manipulação de corações e mentes.
Mostre
a cara, presidente. Estamos a aguardar por isso.
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COLETA E DESTINO
Lisboa – Em muitas cidades
brasileiras, a coleta de lixo ainda é um problema. Manaus era assim, quando
cheguei para governá-la. Simplesmente não havia coleta sistematizada. Os
equipamentos eram defasados, a população sofria com a irregularidade e
terminava depositando o lixo doméstico de qualquer maneira. Era a época das
"lixeiras viciadas" e nem se podia pensar em reciclagem e
aproveitamento econômico de resíduos. Pois criamos um sistema, fizemos
campanhas educativas pelos órgãos de comunicação, a sociedade aderiu e Manaus
se tornou uma cidade limpa. Havia lugares, por exemplo, onde a varrição de dava
cinco vezes ao dia. Em outros, uma vez. Em outros ainda, três vezes por semana.
Em alguns, duas vezes e, nos locais ainda não urbanizados, fazíamos mutirões
quinzenais. Tive dois excelentes secretários de limpeza urbana: Ivanildo
Cavalcante, verdadeiro trator humano, e Ailton Luiz Soares, atual secretário de
Assuntos Fundiários do Estado, figura de raro senso estratégico e, ao mesmo
tempo, muito operacional. Deram conta do recado. Mas eu dizia que em muitas
cidades brasileiras, a coleta ainda é um problema. Em outras, que avançaram
mais, a reciclagem eficiente faz com que o lixo vire solução e se transforme em
riqueza, gerando empregos e possibilitando o florescimento de empresas bem
armadas tecnologicamente. É esse caminho que temos de trilhar.
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