AHMADINEJAD
Lisboa
– Sua viagem à América Latina, na semana passada, supostamente para quebrar o
isolamento internacional, que lhe tem sido justamente imposto, só serve mesmo
para consolidar sua imagem de pária. Afinal, os países "escolhidos"
foram a Venezuela do proto-ditador Hugo Chávez, o Equador do autoritário Rafael
Correia, a Nicarágua do carcomido Daniel Ortega e a Cuba dos Castro, que
simbolizam a ditadura mais longeva do mundo. Deveria ter ir à Coréia do Norte
para completar a pantomima.
Celso
Amorim, quando chanceler brasileiro pagou mais do que um "mico", ao
insinuar Brasil e Turquia como fiadores do Irã e seu projeto nuclear, que só
ele mesmo, Celso, poderia acreditar que se destinaria a fins pacíficos. O mundo
morreu de rir da "proposta". Foi mais do que um "mico". Foi
um verdadeiro "king kong".
Sabe-se
agora que o Irã vai começar a enriquecer urânio num bunker estabelecido numa
montanha de dificílimo acesso. Ou seja, a insanidade com que agem os aiatolás,
liderados por Komenei, dos quais Ahmadinejad é mero títere, sugere que a tensão
vai aumentar – e muito – no Oriente Médio.
Uma
intervenção militar no Irã não é coisa simples. Trata-se de país de mais de 80
milhões de habitantes, protegido por montanhas densas.
Se
estiver desenvolvendo mesmo artefatos nucleares, poderá ser atacado por Israel
que, após a chamada Primavera árabe, experimenta situação de isolamento
político na região. Se o conflito ganhar proporções, poucas dúvidas existem de
que a OTAN entraria em cena ao lado dos israelenses. E aí o futuro do mundo
ficaria tão incerto como em momentos angustiantes que a Humanidade já
experimentou, em passado até recente.
Nessa
hipótese indesejável, ninguém se iluda de que o Brasil terá de escolher um lado.
E aí ficará ainda mais exposta a irresponsabilidade com que Amorim, executor da
política externa do governo Lula, levou seu chefe a agir.
Política
exterior não é para amadores nem para escravos de ideologias. Deve ser
trabalhada com pragmatismo, levando em conta, friamente, os interesses do país
que se representa.
O
mais é infantilidade, compreensível, embora não justificável, nas atitudes de
um Chávez, mas absolutamente incondizente com o razoável peso internacional que
o Brasil já conquistou.
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