ESPETÁCULO
DOS BRASILEIROS
Lisboa
– Está nas mãos do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, aliás figura do
melhor nível intelectual, proposta esdrúxula que, para resumi-la, visa a
dificultar a veiculação, pelas televisões, dos espetáculos de Mixed Martial
Arts (MMA). O presidente nacional do PSDB, deputado Sergio Guerra (PE), e o
ministro Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia, reuniram-se, recentemente
com Cardozo, na tentativa de convencê-lo de que as MMA são um esporte (não são
vale tudo) milionário, que enriquece gente nos Estados Unidos e poderia estar
fazendo o mesmo aqui no Brasil.
Afinal,
temos os melhores lutadores do mundo, que precisam sair do Brasil para ganhar
bolsas compensadoras. O País perde impostos, empregos (preparadores físicos,
treinadores das diversas modalidades de artes marciais, cutmen, psicólogos, etc...). Perde também no turismo, porque já
virou produto dos mais rentáveis, nos EUA, alguém sair de sua terra para
acompanhar o grande show das MMA.
O
governo precisa encarar com lucidez a verdade indesmentível de que não dá para
segurar o crescimento desse esporte em nenhuma parte do mundo. Só que, por
enquanto, o Brasil se limita a exportar seus melhores valores e a promover,
internamente, espetáculos de bom nível, porém menos densos que o UFC.
Se
acontecesse a proibição das MMA entre nós, a elite dos lutadores se mudaria
daqui e a grande maioria dos restantes iria parar em desumanos "clubes de
luta", que já existem, mas passariam a proliferar por todo o território
nacional. Sem assistência médica, sem regras, sem limites, aí sim uma verdadeira
selvageria.
O
que pediram ao ministro da Justiça, em verdade, não foi a proibição das
programações no Brasil. Requereram a limitação da veiculação televisiva que,
por si só, já serve para esvaziar bastante os eventos internacionais, sempre
estrelados por ídolos brasileiros, como Anderson Silva. Rodrigo Minotauro,
Junior Cigano, Wanderlei Silva, Vitor Belfort, José Aldo e tantos outros.
A
ficha do governo precisa cair logo. Hipocrisia não é boa companhia para
ninguém.
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